quarta-feira, 10 de agosto de 2011

COMPLICAÇÕES

Complicações



A evolução crônica da doença pode ser interrompida de forma abrupta por sinais e sintomas agudos como febre alta, dor no trajeto dos nervos (principalmente nos braços, pernas e olhos), aparecimento de lesões na pele tipo placas ou caroços eritematosos e edemaciados e piora nas lesões pré-existentes. É o que chamamos de reação hansênica. Nesta eventualidade o paciente deve procurar, o mais rápido possível, a unidade de saúde para ser avaliado e iniciar o tratamento anti-reacional. Estas reações podem ocorrer antes ou durante o tratamento ou após a alta e são freqüentes, principalmente nas formas multibacilares da doença. Ocorrem devido a alterações no sistema imunológico por causas ainda não totalmente elucidadas.


É importante que todos os pacientes sejam avaliados de forma integral, holística, e que todos os problemas de saúde, físicos e emocionais estejam controlados para evitar o aparecimento das reações.


Qualquer foco de infecção (por exemplo: dentes) infestação parasitária (qualquer parasita intestinal), distúrbio hormonal (menarca, menopausa), vacinações (BCG), distúrbio emocional podem provocar alterações no sistema imunológico e desencadear as reações. Este fenômeno pode ocorrer até mesmo muitos anos após a alta da poliquimioterapia e nesta eventualidade não é necessário recomeçar o tratamento poliquimioterápico e sim iniciar, rapidamente a administração de drogas antireacionais, como a corticoterapia.



Profilaxia e prevenção

Não existe vacina específica – o M. leprae não cresce em nenhum meio de cultura conhecido o que inviabiliza a metodologia técnica para a produção da vacina. A prevenção baseia-se no exame dermato-neurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicilio com o portador da doença e que são chamados "comunicantes intra-domiciliares" e em educação em saúde com divulgação dos sinais e sintomas da doença através de todos os meios de comunicação, para toda a população.


*chefe do Laboratório de Hanseníase do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz.

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